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O artesão

Bom dia, artesão

Metade arte

Metade são

Metade marte

Metade pés no chão

Metade mãos atadas

Metade imaginação

Metade pragmatismo

Inteiro contradição

< voltar

 

 

 

 

 

 

Presa à borda

O copo 

Ela não transborda

 

Pressa à borda

O corpo

Ela não extrapola

 

Presa à mente

Um pesadelo

Ela não acorda

 

Pressa à frente

O tempo

Ela perde o agora

< voltar

Tenho 

Estado 

Líquido 

 

Sobrestado

Pálido 

 

Demasiado 

Cético 

 

Infinitamente 

Cínico 

 

Inadvertidamente

Ácido 

 

Inevitavelmente 

Crítico 

 

Divertidamente

Lúdico

 

Clarividente

Lírico 

 

Tresloucado

Blasfemo

 

Tenho 

Estado

< voltar

Decifrando o

espaço-tempo.

 

Habitando o

espaço, o tempo.

 

Esperando,

passa o tempo...

 

Hesitando,

impasse, o tempo!

 

Apertando o 

passo, o tempo...

 

Aceitando,

passo o tempo.

< voltar

Brisa-me

Como ar fresco 

Um doce vento

À beira mar 

 

Alva-me

Manhãs de sol

As tempestades

Afastar

 

Cura-me

De todo fel 

A minha ferida

Cicatrizar  

 

Beija-me

E tua saliva 

Faz-me refém 

Do verbo amar

< voltar

No mar

De prédios

Áspero

 

Ataca a

Asma

Crônica 

 

É o mais

Do mesmo

Cármico 

 

A minha

Cidade

Rosna

 

Mãos ao

Volante

Um asno

 

Desvio   

Dos carros

Rápido  

 

Na sua 

Cabeça

Um trono

 

Ele

Se achando 

O máximo 

 

Ó Deus

Do ego

A besta

 

E sua 

Buzina

estrídula

 

Acuado

O sono

Acorda

 

Da tua

Cabeça

Frívola 

 

Ao céu 

A "lua"

Trópica

 

Dispara

A ira

Térmica

 

Calor

Mau humor 

Metástase 

 

Ao chão 

Cai pétala

Por pétala

< voltar

 

Dar o braço 

Até torcer 

 

Sentir na dor 

A paz

De Morrer 

De novo

 

E renascer

< voltar

O nu 

É a navalha

O garrote

 

Na pele 

A moral

Sente o corte

 

No escuro

O pudor

Tenta o toque

 

Na alma

O mortal 

Vence a morte

< voltar

Múltipla 

Sem predominância 

Primeira e última

Singela parte de mim 

 

Sísmica 

Vulcão em sua dormência 

Lava e lírica 

Flor em meu jardim 

 

Cética 

A fé em sua descrença 

austera e prática

Sabor de alecrim 

 

Típica

Fragrância de lavanda 

Sincera e cínica

Dissimulada até o fim

 

Drástica 

Um fio desencapado

Elétrica e poética 

Bala de festim 

 

Cítrica 

Limão meu limoeiro 

Te odeio o ano inteiro 

Te amo mesmo assim

< voltar

Sou um tanto

Cego 

De tanto vê-lo

Espelho meu 

.

Demasiado

Amor 

Eterno tê-lo

Espelho meu 

.

Pra menor

Impróprio 

Menos ópio

Espelho meu 

.

Souvenir

De algozes 

Ouço vozes

Espelho meu 

.

Deus 

Quase grego 

Sou perfeito 

Espelho meu 

.

Quebrou-se 

O encanto

Um tombo e tanto

Espelho meu

< voltar

Ela está 

Na travessia

Do morro alto

À maresia

Entre seus dedos 

Areia fina

 

Ela é mulher

Ela é felina

Na estrada lisa

Dos teus cabelos

Fugaz o tempo

Roubou a menina

 

Mas redimiu-se

Com maestria

Deu-lhe o amor

Que se perdia

Sagaz o tempo

Era uma filha!

 

E na manhã  

De chuva fina

E ela era mãe 

Era felina

Era mulher

Era menina!

< voltar

Vazio 

 

Teu corpo 

Ausente

 

Vicio

 

Meu copo

À frente

 

Macio 

 

Teu corpo

À mente

 

Sacio

 

Myself

Ardente

 

Macio

 

Teu corpo 

Ausente

 

Vazio

 

Meu copo

À frente

 

Vicio

 

Myself

Ardente

 

Sacio

 

Teu corpo

À mente

< voltar

Que seja amplo
Pra que me caiba 
Sem que me espalhe
Ou me distraia.

 

Que quando estreito 
Enquanto dure
Só me contenha
Mas não torture.

 

E logo alargue
Que me acomode
Mas não me solte
Só me madure.

< voltar

Era o caçula 

Temporão 

De cinco irmãos

 

Teve a enxada

E o compasso

Em suas mãos 

 

Perdeu a razão 

Num soco, quase

Virou réu

 

Noite pro dia

Virou homem

Num bordéu

 

Se apaixonou 

Pela primeira

Meretriz 

 

Deixou pra trás 

Seu coração 

Sua raiz

 

Casou-se cedo

Sob a ameaça 

De um facão 

 

Com cinco filhos

Deixou os braços 

Do sertão 

 

Fez de São Paulo

Sua sorte

Seu revés 

 

Em pouco tempo

Viu a cidade

A seus pés 

 

Expandiu-se

E contraiu 

o desamor

 

Perdeu o chão 

Alucinação 

Seu ego inflou 

 

E flutuou

Senhor impávido 

E feliz 

 

Estava quase

Tudo como 

Sempre quis

 

Sua mulher

Diz se cansou 

E o abandonou

 

Levou seus filhos

E a dignidade 

Que restou

 

Sua cabeça 

Sua sentença 

Seu juiz

 

Não demorou

E viu-se pálido 

E infeliz

 

Desiludido

Pediu a Deus

Nosso Senhor

 

Sem paciência  

A sua fé 

Se esgotou

 

Fingiu-se forte

Homem de sorte

Um alazão 

 

Perdeu o norte

Vento forte

Solidão  

 

Pela família 

Viveu a vida 

De alguém 

 

Por ironia

O tempo o fez

Como refém 

 

Todo carinho

Do padrinho 

Proteção 

 

Tanto poder

Fortuna, o copo

Sua prisão    

 

Perdeu um filho

Num descuido 

Quanta dor

 

E só então  

Ele entendeu

O que é o amor

< voltar

Cansada

 

Deságua aos prantos

Na distópica

 

Narcótica!

 

Perdida

 

Mergulha intensa

Na cinética

 

Intrépida!

 

Afunda 

 

Numa profunda

Dialética

 

Erótica!

 

Medita

 

Em cama elástica

Frenética

 

Ayurvédica!

 

Retorna

 

À invencível

Burocrática

 

Simétrica!

 

Sonhando

 

Sua saída

Apoteótica

 

Utópica!

< voltar

Apontar

Pro mar

 

Mirar 

No horizonte

E nadar

 

Nunca

Atracar

 

Dobrar 

O mar

 

Morar

No horizonte

E nadar

 

Não se 

Acostumar

< voltar

Água salgada

A maresia 

 

Ela afogava

Ela emergia

 

Na gargalhada

O choro escondia

 

Uma granada

Que não explodia

< voltar

No ar poeira

Tóxica 

Respiro a onda

Bélica

Mantenho esforço

Trágico

Para não sair

Da métrica

 

Seu argumento é 

Cômico 

A intolerância, 

Nítida

Dormente em meio

Ao ódio

E consciência

Acrítica

 

O gay, o medo é 

Pálido 

O seu futuro é

Lápide? 

Mulatos, negros 

Idem?

Cingidos rente ao

Vértice

 

Assisto em pé 

Atônito 

Toda coragem 

Cínica 

A arrebanhar

A América 

E sua ignorância 

Sísmica 

 

Num desafio 

À física 

O coração

Hemorrágico

Estende a mão

Pacífica 

Meu amor, o amor 

É mágico

< voltar

Afogue

As mágoas

 

Promova

As tréguas

 

Desligue

As mídias

 

Retome

As rédeas

< voltar

Desentendi-me com o tempo

justo no momento

em que ele ficou mais lento.

 

Um tormento

para quem vê no tempo

algum tipo de regramento.

 

Quando na verdade, 

o tempo é etéreo, efêmero.

Um "desmomento".

 

A eternidade, o instante, o momento

são ao mesmo tempo

o mesmo tempo.

 

É preciso desprendimento.

 

Desentendi-me com o tempo.

Agora, no momento exato

em que ele ficou mais rápido.

 

Mas calejado, fiz-me de rogado.

E sem estardalhaço,

dei valsa ao passo.

 

Mas para o meu espavento,

o tempo, que nojento!

Apertou o compasso.

 

Fez-me de palhaço!

Despediu-se de mim

e sumiu... no vento...

 

Taquicardia!

Impus correria!

Mas pouco a contento.

 

E de novo atrasado,

num dado momento,

briguei feio com o tempo.

 

Como quem teima (e se queima)

Ao adestrar o vento...

E vê-se preso num “remomento”.

 

Sem perceber, sem entender

que o tempo, na verdade,

Nada mais é do apenas 

 

o tempo.

< voltar

Disse a ele 

Que era tarde 

 

Mas ele

 

Já era parte

De mim 

 

Flutuei

Na gravidade

 

Quando ele

 

Trouxe marte

Até mim

 

Sussurrei

Poemas doces

 

Enquanto eu

 

Sonhava acordada 

Dormi

 

Acordei

Leve ao seu lado

 

Nós dois

 

Tudo tão calmo

Por aqui

 

Desejei

Todos os dias

 

Que um dia 

 

Ele dissesse

O Sim

 

Imaginei 

Acordar com beijos

 

E o peso

 

De suas mãos 

Sobre mim

 

Esperneei 

Pra que ficasse

 

Em vão

 

Meu agridoce

Cuspi

 

Planejei

A sua morte

 

O alvo

 

Errei, que sorte

Menti

 

Disse a ele

Que o amava

 

Agora

 

Já era tarde

E fim

< voltar

Eu canto

Desafinada

 

Eu tanto

Eu tento 

Desesperada

 

Eu vento

Eu trinco

Eu tinto

Na tua boca

Desgovernada

 

Eu findo

Eu finto

Eu minto

Dissimulada

 

Eu pranto 

Despedaçada 

 

Eu nuda 

Eu nada

< voltar

Presa a borda
Liquido
Tempo
Brisa-me
A cidade
Morrer de novo
Nu
Múltipla
Espelho meu
Felina
Ausente
Imoral
Temporão
Utópica
Dobra no mar
Granada
O amor é mágico
A mídias
Desentendimento com o tempo
Agridoce
Nuda
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